EU SOU A VIDEIRA, MEU PAI É O AGRICULTOR E VÓS SOIS OS RAMOS
(Jo 15, 1-8)
A liturgia de hoje realça a unidade da “mesa da Palavra” e da “mesa Eucarística. A linguagem dos símbolos pode visualizar que a “videira verdadeira” produziu como primeiro de seus frutos, o “vinho da salvação”, ou seja, o sangue derramado na cruz.
“A verdadeira videira sou eu” diz Jesus. Mas os
seguidores devem estar unidos a esse tronco, devem nutrir desta seiva, que só
pode gerar frutos de justiça, fraternidade e amor. Além da ideia principal –
produzir frutos pela união vital com Cristo, – encontramos também outra
aplicação da imagem: a poda, que significa purificação pela Palavra de Cristo,
pela opção que esta nos impõe.
Em que consiste essa união vital com Cristo? Em permanecer em sua Palavra, o mandamento do amor fraterno. E “amar, não só em palavras, mas em atos e em verdade”.
No ATo a vinha de Deus era o povo de Israel. Diz o profeta Isaías que Deus esperava dessa vinha frutos de justiça, mas só produziu fruto ruim (Is 5). Jesus mesmo contou uma parábola acusando, não a vinha, mas os administradores, porque não queriam entregar ao “Senhor” (=Deus) a parte combinada e quiseram apropriar-se da vinha (=o povo), matando o Filho (=Jesus). Assim escreve Marcos 12.
No evangelho de João, Jesus modifica um pouco essa imagem. Não fala de uma plantação inteira, mas de um pé de uva, uma videira. Ele mesmo é essa videira. O Pai é o agricultor que espera bons frutos, e nós somos os ramos que devemos produzir esses frutos.
Nossa união com Cristo consiste em que permaneçamos ligados a Ele, atentos e obedientes à sua Palavra, ao seu mandamento de amor fraterno. E também, unidos entre nós, pois todos os ramos da videira recebem sua seiva do mesmo tronco, que é Jesus.
Somos hoje os produtores dos frutos de Jesus no mundo. Para não comprometermos a produtividade, devemos cuidar de nossa ligação ao tronco, nossa vida íntima de união com Jesus, nossa espiritualidade cristã – na oração, na celebração e na prática da vida. Produzir os frutos da justiça e do amor fraterno e unirmo-nos a Cristo na oração e na celebração são os dois lados inseparáveis da mesma moeda. Não existe oposição entre a mística e a prática. Importa “permanecer em Cristo”.
Permaneçamos unidos(as) ao Cristo, Nosso Senhor, para
que possamos produzir bom frutos.
Fraterno abraço.
Frei Fernando.
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