XIV Domingo
do Tempo Comum – 08/07/2012
"Um profeta
só é desprezado na sua pátria…" (Mc. 6,4a)
Quando Jesus Cristo, cheio da força do alto, pleno do Espírito Santo de Deus, voltou à sua terra natal, a sua fama já havia se espalhado por toda a região. Todos se admiravam de suas Palavras e Obras, Prodígios e Milagres, Mc 6,1-6.
A admiração pelas realizações de Jesus Cristo era acompanhada de alguns questionamentos, como, por exemplo: "Donde lhe vem isso? Que sabedoria é essa que lhe foi dada, e como operam por suas mãos tão grandes milagres? (V.2b).
Diante da perplexidade dos que questionavam, penetrando nos seus corações e tendo como normais essas reações, Jesus Cristo tomou a palavra e disse-lhes: "Um profeta só é desprezado na sua pátria, entre os seus parentes e na sua própria casa." (V.4)
Ainda hoje, ouvimos muitas pessoas dizerem ou, quem sabe, nós mesmos: “Santo de casa não faz milagres!…” “O pior lugar para ser profeta, é dentro da nossa própria casa!…”.
O profeta realmente não é bem aceito em sua pátria, mas…, qual é a pátria do profeta? Profeta não tem pátria, o que ele tem é Missão, e Missão não têm fronteiras; na maioria dos casos, o que esperamos são resultados surpreendentes, extraordinários, sermos compensados ou reconhecidos. Queremos, no fundo do nosso coração, que as pessoas nos compreendam e nos apóiem: sem dúvidas, somos geralmente julgados pelas aparências, o que fomos, e o que fizemos e não pelo que somos e o que somos capazes de fazer.
Infelizmente, muitas das vezes, temos também esta mesma atitude, procurando nas pessoas, defeitos e não qualidades. O que acontece é que também "julgamos pelas aparências".
Afinal, quem nos conhece realmente, a não ser Deus? E a quem nós conhecemos? São Paulo escrevendo aos Coríntios declara que ele próprio não se conhece e que nenhum de nós se conhece totalmente. Afirma: "Hoje vemos como por um espelho confusamente; mas então veremos face a face. Hoje conheço em parte; mas então conhecerei totalmente, como sou conhecido."(1Cor. 13, 12)
Às vezes eu me pergunto: — se Jesus Cristo não tivesse coragem de ser Profeta, não fosse fiel à Sua Missão, e se os profetas que O sucederam se calassem ou se omitissem; o que seria da humanidade hoje? Será que seria “humanidade”?
E se houvesse mais profetas, o mundo seria melhor? Bem, aí não tenho dúvidas: o mundo seria o mesmo, mas bem melhor de se viver, por que haveria, com certeza, mais virtudes de Deus entre os homens; existiria muito mais Fé, Esperança e Caridade.
E então, será que ainda vamos continuar colocando limites em nossa missão de profetas? Dando desculpas para esconder debaixo da cama, a Luz de Jesus Cristo? Ou vamos eliminar os limites e continuarmos o Projeto de Deus, imediatamente, sem medo e sem desculpas?
“Eu vos constitui para serdes profetas das nações!”
Fabiano Câmara Bensi
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