Aos
Amigos do saudoso Padre Antônio Carlos segue homilia da Missa por ocasião de suas Bodas de Prata de sacerdócio, realizada recentemente na Paróquia São José Operário- Perequê.
Uma linda homilia que marcou sua despedida e nos deixou como lembrança!!!
Homilia da Missa do Jubileu de Prata do Padre Antônio Carlos G. Leite
Irmãos e irmãs
De longa data e longas histórias ou de ontem com pequenas lembranças...
...a todos eu confessoZ que corri demais!
É verdade que muitas vezes parei e fiquei confortável nas inúmeras refeições fraternas,
Convivência feliz com minha família de carne
Ou com tantas outras que me adotaram ao longo deste caminho
Bonito, torto, meio ilógico chamado vida!
É...confesso que corri...
Outras vezes tive terríveis paradas para chorar especialmente por me saber não amado
Por pessoas por quem eu estava entregando minha vida, meu sacerdócio...
Muitas vezes chorei no ombro de amigos e amigas
Ou sozinho, nos ombros largos de Deus.
Mas hoje eu sei, não corria às cegas!
Não corria atrás de ventos incertos, lutando contra moinhos...
Mesmo que algumas vezes inconscientemente
Eu corria para alcançar o Cristo que um dia me alcançou.
Várias vezes sonhos e ilusões me pesaram feito carga me cansando no caminho.
Outras vezes, tantas vezes, meus sonhos me deram asas que me fizeram voar
Sobre a pequenez de meus passos humanos, demasiadamente humanos...B
Confesso que corri demais...
Rezei de menos... Briguei demais... Amei de menos... Sonhei demais... Contemplei de menos...
E aqui estou...
Pequeno, frágil, pecador... mas aqui estou!
Sem mentiras que me ocultem e sem verdades que me envergonhem
Aqui estou!
Confesso que corri demais...
Mas hoje provo extasiado os frutos saborosos da maturidade
As maçãs sem pecado da experiência, as massas de delicada textura das amizades duradouras...
Sei da claridade ímpar das manhãs que se seguem a noites de pesadelo.
E das noites repousantes que sempre terminam com os dias escuros e sem sol...
Pois é, corri demais...tive pressa...
Caí, levantei, corrigi o rumo, segui em frente...
Mas nesta aventura de minha vida jamais fui vítima das circunstâncias,
Vítima de urdiduras tramadas por inimigos ou adversários...
Assumo cada culpa por cada fracasso.
Assumo cada queda, cada erro, cada momento de treva que Deus,
sua misericórdia e sabedoria,
Transformou em luzes novas, novos caminhos, novas perspectivas...
Porque, afinal, “tudo concorre para o bem dos que amam a Deus”.
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