O Evangelho deste X Domingo do Tempo Comum
Mc 20, 20-35 tem duas partes importantes:
Os versículos 20-30 – Revelam que A AÇÃO DE JESUS É PLENA COMUNHÃO COM O ESPÍRITO SANTO. A missão de libertar e desalienar as pessoas realizada por Jesus, é sinal de plena comunhão com o Pai e com o Espírito. Negar esta comunhão é pecado sem perdão, pois significa escolher o mal ao invés do bem; escolher a morte ao invés da Vida.
Os versículos 31-35 – Revelam que SEGUIR JESUS E FORMAR COM ELE UMA NOVA FAMÍLIA. Jesus voltou para casa. O domicílio dele agora é em Cafarnaum. Já não mora mais com a família em Nazaré. Sabendo que Jesus estava em casa, o povo foi ate lá. Juntou tanta gente que ele nem tinha tempo para comer.
Quando os parentes de Jesus souberam disso, disseram: "Ficou louco!" Talvez, porque Jesus tinha saído fora do comportamento normal. Talvez, porque comprometia o nome da família. Seja como for, os parentes decidem levá-lo de volta para Nazaré.
Eles chegaram na casa onde Jesus estava, mas não puderam entrar. Por isso mandaram um recado: Tua mãe, teus irmãos e tuas irmãs estão lá fora e te procuram! A reação de Jesus foi firme perguntando: Quem é minha mãe, quem são meus irmãos? E ele mesmo responde apontando para a multidão que estava ao redor: Eis aqui minha mãe e meus irmãos! Pois todo aquele que faz a vontade de Deus é meu irmão, minha irmã, minha mãe! Alargou a família! Jesus não permite que a família o afaste da missão.
Jesus não quer desvalorizar a família. Sua atitude é uma tentativa de fortalecer a ação das famílias para superarem a realidade em que viviam.
No antigo Israel, o clã, isto é, a grande família (a comunidade), era a base da convivência social. Era a maneira concreta do povo daquela época encarnar o amor de Deus no amor ao próximo. Defender o clã, a comunidade, era o mesmo que defender a Aliança. Vários fatores da vida política, econômica, religiosa e social provocaram o enfraquecimento do clã (comunidade) que, aos poucos se fechou e passou a defender seus próprios interesses. Já não se praticava mais a hospitalidade, a partilha, a comunhão de mesa e a acolhida aos excluídos.
Ora, para que o Reino de Deus pudesse manifestar-se, novamente, na convivência comunitária do povo, as pessoas tinham de ultrapassar os limites estreitos da pequena família e abrir-se de novo para a grande família, para a Comunidade.
Em vez de fechar-se na sua pequena família, Jesus alargou a família. Criou comunidade. Ele pedia o mesmo de todos que queriam segui-lo. As famílias não podiam fechar-se. Como os grandes profetas do passado, Jesus procura reforçar a vida comunitária nas aldeias da Galiléia. Ele retoma o sentido profundo do clã, da família, da comunidade, como expressão da encarnação do amor de Deus no amor ao próximo.
Fraterno Abraço, Frei Fernando.
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