III Domingo da Quaresma – 11/03/2012
O Tempo da Quaresma é oportuno para fazermos uma profunda reflexão.
O que temos feito com os espaços sagrados de Deus? Não basta escrever no portal do templo ou bater no
peito dizendo: “Esta é a casa de Deus”, “Casa de Oração”, etc.
e pretender que ali Deus
se torne visível e perceptível, automaticamente.
É preciso abrir-lhe as portas pelo ouvir, viver e
pregar a Palavra, pela participação vivenciada na vida da Comunidade,
pelo respeito às coisas de Deus,
pelo exercício da Cidadania... Ou nossa vida nada mais será que um grande
mercado. Pagar para obter e cobrar para conceder.
Quando
os vendilhões estavam no Templo, em Jerusalém, negociando muitos tipos de
animais e trocando moedas,
(Jo. 2,13-25) e … Jesus Cristo entrou: "Fez Ele um chicote de
cordas, expulsou todos do templo, como também as ovelhas e os
bois, espalhou pelo chão o dinheiro dos trocadores e derrubou as mesas. Disse
aos que vendiam pombas: Tirai
isto daqui e não façais da casa de meu Pai uma casa de negociantes." (V.15-16)
Nesta
narrativa, o Evangelista São João consegue mostrar de uma forma muito
enriquecedora, O Jesus
Cristo "Verdadeiramente homem" e "Verdadeiramente
Deus". Mostrou como Jesus
Cristo valorizava de uma forma Experimental o Seu Batismo,
feito por João Batista, no Rio Jordão e como Ele Vivenciou de uma forma Experiencial,
quer dizer, assumiu realmente a “Unção”, a autoridade
“Sacerdotal, Profética e Régia” e as suas consequências com zelo,
sensibilidade e autoridade.
Quando
Ele entra no templo e nota que estão fazendo comércio, imediatamente expulsa
os vendilhões, bem como os animais. Porém, com relação a um dos animais, as
pombas, a atitude de Jesus Cristo
foi menos rude; pedindo que as tirassem não as expulsou, possivelmente,
porque as pombas eram as oferendas dos mais pobres do povo, por quem Ele sempre demonstra um carinho
todo especial.
Jesus Cristo teve sensibilidade e
autoridade de “Sacerdote”, falou como “Profeta” e respondeu como
“Rei”. E agora…? Nós, batizados, vivenciamos e experimentamos o nosso
Batismo como Jesus Cristo? Assumimos
com todas as consequências a nossa condição de “Batizados”?
Queremos, muitas vezes, um Deus à nossa
disposição, não nos colocando à disposição de Deus. Esta mentalidade mercantil,
esta concepção utilitarista da religião precisa ser revista!
Não vamos fazer deste Templo vivo e Sagrado,
que somos nós, “Casa de negociantes” e nem permitir que façam.
Se
fizermos, temos que rever nossas atitudes e tomar a exortação de São Paulo
feita aos Coríntios como se fosse pra nós. "Não sabeis que sois o
templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o
templo de Deus, Deus o destruirá. Porque o templo de Deus é sagrado — e isto
sois vós." (1ª Cor. 3, 16-17)
“Vós sois, Templo do Santo
Espírito!”.
Fabiano Camara Bensi
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