Neste quinto domingo da Páscoa, o Evangelho nos apresenta
Jesus exclamando que foi glorificado pelo Pai. Jesus afirma sua glorificação após
a saída de Judas do Cenáculo. Judas saiu para entregar Jesus àqueles que eram contrários
ao seu projeto, ou seja, àqueles que se opunham à implantação do Reino de Deus.
Neste sentido a glorificação de Jesus está ligada à fidelidade à missão que lhe
fora confiada pelo Pai. Devemos entender que a glória de Jesus, que é glória do
Pai, não significa realização de celebrações com louvores, cânticos e orações,
mas sim, viver a dinâmica do reino: “Como eu vos amei, assim também vós deveis
amar-vos uns aos outros” (Jo 13, 34).
A vivência concreta deste novo mandamento dado por Jesus é
capaz de construir uma nova vida e uma nova realidade. Sabemos que não é fácil
viver o amor tal qual Jesus nos pede, isto é, um amor que inclui os outros como
parte de nós mesmos. Por esta razão a
mensagem da primeira leitura, tirada dos Atos dos Apóstolos, nos exorta a
permanecermos firmes na fé, mesmo que passemos por sofrimentos, por rejeições,
por desprezos. A construção do reino exige que sejamos perseverantes (Cf. At
14, 22).
Esta perseverança é fortalecida pela esperança alimentada
pela segunda leitura. João, no livro do Apocalipse, aponta a nova vida que
brota da fidelidade ao projeto de Jesus Cristo. “Vi a cidade santa, a nova Jerusalém,
que descia do céu, de junto de Deus” (Ap 21, 2).
O fruto do novo mandamento de Jesus nos leva a experimentar,
aqui na terra, o céu que desejamos. Todos
nós já imaginamos o céu e a imagem que temos é de um lugar onde reina a
harmonia, onde predomina a cor branca como símbolo da paz, etc. Ou seja, um lugar
como descreve o Apocalipse: “A morte não existirá mais, e não haverá mais luto,
nem choro, me dor, porque passou o que havia antes” (Ap 21, 4).
Assim sendo, somos chamados a construirmos esse céu do nosso
imaginário aqui entre nós. Amar-nos uns aos outros, com o mesmo amor que Cristo
nos amou, é atitude sublime com a qual Ele continuará sendo glorificado por nós
e entre nós, pois estaremos tornando realidade o Reino de Deus, anunciado por
Cristo e desejado por nós.
Sejamos, pois, perseverantes. Um novo mundo é possível.
Coragem. Deus conta conosco.
Fraterno abraço. Frei Fernando.
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