sábado, 15 de março de 2014

Espiritualidade Quaresmal


Eu, frei Reinaldo e demais padres e leigos, no dia 06 de março de 2014, tivemos no convento de Angra o nosso encontro mensal do Regional PAR – Paraty-Angra dos Reis. Partilhando conosco esteve o nosso bispo dom Ubiratan falando sobre ESPIRITUALIDADE QUARESMAL, que partilho convosco. Lembro que para a leitura do texto, o que estiver em itálico é acréscimo feito por mim.

Na quarta feira de cinzas tivemos a abertura da quaresma. Quaresma é um tempo importante para nos prepararmos para a páscoa através de um autêntico recolhimento por meio da prática do jejum, da oração e da penitência que nos levam à mudanças de rumo e, de maneira consciente e cristã, nos levam a tomar outro caminho, ou seja, o da conversão.

Este ano a campanha da fraternidade nos convida a refletir sobre o tráfico humano. Uma realidade que não podemos ignorar. Ter pacto com a campanha da fraternidade é denunciar esta injustiça que mata e destrói a família e a sociedade. Lembremos do tema: fraternidade e tráfico humano e o lema: é para a liberdade que Cristo nos libertou (cf. Gl 5, 1).  

A quaresma, nos disse dom Ubiratan, vai desde a quarta feira de cinzas até o fim da tarde da quinta feira da semana santa e é muito especial dentro do tempo litúrgico. Porque temos quarenta dias de celebração? Para fazer memória dos quarenta anos da travessia do povo de Deus no deserto e também dos quarenta dias de tentação de Jesus no deserto. O evangelho do primeiro domingo da quaresma Mt 4, 1–11 narra que o demônio tenta Jesus usando a Sagrada Escritura. A tentação vem com a máscara do bem, pois quando o mal é apresentado com sua verdadeira face a gente se prepara. O maligno vem revestido do bem. Ataca na hora oportuna. Por três vezes o demônio tenta Jesus. Primeira tentação: “Se és filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães”. Segunda tentação: “Se és filho de Deus, joga-te daqui abaixo! Pois está escrito: Ele dará ordens a seus anjos a teu respeito, e eles te carregarão nas mãos, para que não tropeces em alguma  pedra”. Terceira tentação: eu te darei tudo isso, se caíres de joelhos para me adorar”.

No deserto Jesus depara com o Espírito do bem e do mal. É preciso sabedoria para passar do mal para o bem, das trevas para a luz, da morte para a vida. A primeira  pregação de Jesus foi à chamada para a conversão, esta é a primeira porta para encontrar-se com Ele. Quantas coisas na quaresma que precisamos nos converter? O papa Francisco lembrava que muita gente precisa fazer o jejum da língua. Morder a língua quando estiver com vontade de falar dos outros. A carta de são Tiago nos lembra: “Vede também os navios: por grandes que sejam e embora agitados por ventos impetuosos, são governados por um pequeno leme à vontade do piloto. Assim também a língua é um pequeno membro, mas pode gloriar-se de grandes coisas. Considerai como uma pequena chama pode incendiar uma grande floresta! Também a língua é um fogo, um mundo de iniquidade. A língua está entre os nossos membros e contamina todo o corpo; e sendo inflamado pelo inferno, incendeia o curso da nossa vida. A língua, porém, nenhum homem a pode domar. É um mal irrequieto, cheia de veneno mortífero. ” (cf Tg 3, 4 – 6 . 8) .

A quaresma é um retiro coletivo e individual, é um tempo de deslanchar o que em nós está parado. No que preciso me libertar para ser um homem novo? Lembremos que esse período é de morte. Sim, morte para o pecado para ressuscitar com Jesus através da água do batismo. Vivamos, pois este tempo de graça e conversão para adorar somente a Deus em Espírito e verdade.

 
Colaboração, Frei Reinaldo.

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