Eu, frei Reinaldo e demais padres e leigos, no dia 06 de março de 2014, tivemos no convento de Angra o nosso encontro mensal do Regional PAR – Paraty-Angra dos Reis. Partilhando conosco esteve o nosso bispo dom Ubiratan falando sobre ESPIRITUALIDADE QUARESMAL, que partilho convosco. Lembro que para a leitura do texto, o que estiver em itálico é acréscimo feito por mim.
Na quarta
feira de cinzas tivemos a abertura da quaresma. Quaresma é um tempo importante para
nos prepararmos para a páscoa através de um autêntico recolhimento por meio da prática
do jejum, da oração e da penitência que nos levam à mudanças de rumo e, de
maneira consciente e cristã, nos levam a tomar outro caminho, ou seja, o da
conversão.
Este ano a
campanha da fraternidade nos convida a refletir sobre o tráfico humano. Uma
realidade que não podemos ignorar. Ter pacto com a campanha da fraternidade é
denunciar esta injustiça que mata e destrói a família e a sociedade. Lembremos
do tema: fraternidade e tráfico humano e
o lema: é para a liberdade que Cristo nos libertou (cf. Gl 5, 1).
A quaresma, nos disse dom Ubiratan, vai desde a
quarta feira de cinzas até o fim da tarde da quinta feira da semana santa e é
muito especial dentro do tempo litúrgico. Porque temos quarenta dias de
celebração? Para fazer memória dos quarenta anos da travessia do povo de Deus
no deserto e também dos quarenta dias de tentação de Jesus no deserto. O
evangelho do primeiro domingo da quaresma Mt 4, 1–11 narra que o demônio tenta
Jesus usando a Sagrada Escritura. A tentação vem com a máscara do bem, pois
quando o mal é apresentado com sua verdadeira face a gente se prepara. O
maligno vem revestido do bem. Ataca na
hora oportuna. Por três vezes o demônio tenta Jesus. Primeira tentação: “Se és
filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães”. Segunda
tentação: “Se és filho de Deus, joga-te daqui abaixo! Pois está escrito: Ele
dará ordens a seus anjos a teu respeito, e eles te carregarão nas mãos, para
que não tropeces em alguma pedra”.
Terceira tentação: eu te darei tudo isso, se caíres de joelhos para me adorar”.
No deserto Jesus depara com o Espírito do bem e
do mal. É preciso sabedoria para passar do mal para o bem, das trevas para a
luz, da morte para a vida. A primeira
pregação de Jesus foi à chamada para a conversão, esta é a primeira
porta para encontrar-se com Ele. Quantas coisas na quaresma que precisamos nos
converter? O papa Francisco lembrava que muita gente precisa fazer o jejum da
língua. Morder a língua quando estiver com vontade de falar dos outros. A carta de são Tiago nos lembra: “Vede
também os navios: por grandes que sejam e embora agitados por ventos
impetuosos, são governados por um pequeno leme à vontade do piloto. Assim
também a língua é um pequeno membro, mas pode gloriar-se de grandes coisas.
Considerai como uma pequena chama pode incendiar uma grande floresta! Também a
língua é um fogo, um mundo de iniquidade. A língua está entre os nossos membros
e contamina todo o corpo; e sendo inflamado pelo inferno, incendeia o curso da
nossa vida. A língua, porém, nenhum homem a pode domar. É um mal irrequieto,
cheia de veneno mortífero. ” (cf Tg 3, 4 – 6 . 8) .
A quaresma é um retiro coletivo e individual, é
um tempo de deslanchar o que em nós está parado. No que preciso me libertar
para ser um homem novo? Lembremos que esse período é de morte. Sim, morte para
o pecado para ressuscitar com Jesus através da água do batismo. Vivamos, pois
este tempo de graça e conversão para adorar somente a Deus em Espírito e verdade.
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