† Orani João
Tempesta, O. Cist.
Arcebispo
Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ
“Ide e fazei discípulos entre as nações”
Tivemos a alegria de acolher nesta semana o II Encontro Internacional de preparação da Jornada Mundial da Juventude Rio 2013 que será a primeira em língua portuguesa da história! Mais de 75 países estavam representados: bispos, padres, religiosos, consagrados, jovens. Estava presente o Pontifício Conselho dos Leigos com toda a coordenação, e também a CNBB com a Comissão Episcopal para a Juventude. Esteve entre nós o Núncio Apostólico, representante do Papa no Brasil. Recebemos as visitas das autoridades do município, do estado e do país, além dos representantes presentes no decorrer do encontro. Foi um momento de esclarecimento, conhecimento, celebrações, visitas, discussão de assuntos, estudos – tudo para bem preparar esse encontro que dá ao jovem o protagonismo e a responsabilidade do presente e do futuro do mundo. Durante esse tempo, tivemos a oportunidade de escutar e aprofundar a mensagem do Papa Bento XVI para a JMJ Rio 2013.
Nós a recebemos com muita alegria: é a mensagem do Papa para a XXVIII Jornada Mundial da Juventude, que nossa “cidade maravilhosa” sediará em julho de 2013. Nessa mensagem, o Santo Padre convida toda a juventude, em especial aquela que estará presente aqui na cidade do Rio de Janeiro, a empreender os esforços necessários para que esse maravilhoso momento de graça produza os frutos para os quais se destina.
A Jornada Mundial da Juventude, de acordo com o próprio texto da carta do Papa, é, acima de tudo, uma chamada urgente. Assim ele se expressa por reconhecer nos jovens a esperança do amanhã tanto em relação à Fé Cristã quanto em relação à sociedade de modo geral. Em outras palavras, são os jovens que, recolhendo o melhor do exemplo e do ensinamento de seus pais e mestres, irão constituir a sociedade do amanhã. E o Santo Padre recorda o texto da mensagem conciliar que depende da juventude “salvar-se” ou “perecer” na construção desse “amanhã”.
Essa consciência deve estar arraigada na juventude não de modo efêmero, mas de modo perene. Embora muitos pensem ou afirmem o contrário, a juventude em geral não é irresponsável ou adepta de uma instabilidade de vida, mas sim desejosa de dias melhores, comprometida com o seu amanhã, e, com isso, empreendedora de inúmeros esforços para obter suas conquistas. Nessa perspectiva, a novidade de Cristo, que ama, nos ensina a amarmo-nos mutuamente e nos impele a transmitir a essência e a beleza desse seu amor a todos, pode e deve ser a motivação do ímpeto juvenil que protagoniza a busca pela civilização do amor.
Atualmente, vivemos numa sociedade em que o progresso técnico e a globalização nos permitem empreender grandes coisas em favor do futuro, sobretudo no que tange à aproximação de pessoas e nações. Todavia, a forte inclinação ao materialismo, que o uso desses meios pode gerar, deve deixar em nós a observância em primeiro lugar do preceito do amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.